segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ruelas estreitas,
Casarões...
Por onde andei?
Já não sei para onde vou. 

Já não sei onde estou
Já perdi quem sou

Ruelas estreitas,
Casarões...
Que nada mais significam, além
De veias, artérias, coracão. 




segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Deixei escapar ondas de luz - pura luz - que traiçoeiramente se curvaram ao objeto frio e artificial, tornando-o alvo invisível, impalpável, inatingível. Nada vi, nada vivi. Então, abandono esse meu pensamento  - farto de tantos reflexos - e passo a entender o sentido do ver, direto. E, como quem consegue dormir, depois de noites e noites em claro, recolho a luz das estrelas, contraio e suavemente parto.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Poucos minutos
e a chance de preencher esse vazio
estará fora de cogitação.
Poucos minutos
para eu me expor sem correr riscos.
Poucos minutos
para daqui conceber a frase perfeita,
o pensamento perfeito,
o instante perfeito da criação.
Poucos minutos eu tenho
para pensar nas perguntas importantes
e em suas possíveis respostas.
Poucos minutos para registrar tudo
que a minha percepção pode captar.
Poucos minutos para viver,
sem ter de deixar o coração sozinho batendo
ao lado da xícara de café.
Poucos minutos...
e os
meus olhos,
os meus olhos se voltam apenas para casa em ruínas:
apenas intuo o que está para acontecer.